"Hoje fizemos nova leitura de Mistério e exercícios vocais. É minha intenção fazer de Mistério um espetáculo sonoro, não somente no que diz respeito a trilha/sonoplastia (efeitos e sons) instrumental. O que se quer é tirar sonoridade das próprias palavras. O que se buscará é um teatral não verbal, não escravo e submisso à literatura (embora não se intencione mudar em nada o texto; embora se proponha ser fiel à proposta de encenação do autor de, por exemplo, ser o espetáculo um monólogo dito por uma atriz. Vamos nos ater a esses por menores, mesmo que nossa atriz, além de gigante, venha de outros mundos e tenha, invés de cérebro, cordões e gatilhos movimentando seus olhos, bocas). Mas vi hoje que não será nada fácil. Onde a voz de nossos artistas de palco? As doenças que enfermam nosso teatro atual são muitas e endêmicas. Cadê a nossa capacidade de gritar e de sermos cabotinos? Todos estão doentes, todos estamos doentes."
por Sebastião Simão Filho.
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